Mais longevo festival de cinema do país, o FBCB ocorre de 9 a 16 de dezembro de 2023, com exibições da Mostra Competitiva Nacional, Mostra Brasília e três mostras paralelas no Cine Brasília
Uma Carta Para Papai Noel, de Gustavo Spolidoro, abre também a mostra paralela Outros Olhares
Festivalzinho exibe filmes para o público infanto-juvenil
Noite de abertura do festival teve show do Batalá, homenagens a personalidades do audiovisual e filme inédito no Brasil
Mais uma noite memorável no palco e na tela do Cine Brasília durante a cerimônia de abertura do 56º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Referência nacional, o mais longevo festival de cinema do país continua neste domingo (10), com a primeira sessão da Mostra Competitiva Nacional, que exibe os curtas-metragens Cidade By Motoboy, de Mariana Vita; e Pastrana, de Gabriel Motta e Melissa Brogni; seguidos pelo longa-metragem “No Céu da Pátria Nesse Instante”, de Sandra Kogut. A sessão terá projeção às 20h, nos Complexos Culturais Samambaia e de Planaltina, e às 21h, no Cine Brasília.
Além da sessão principal, haverá debate com a equipe do filme de abertura, “Ninguém Sai Vivo Daqui”, às 9h30, no Hotel Vision Hplus, o início das mostras paralelas Outros Olhares e Festivalzinho no Cine Brasília, e a masterclass “Cinemas Fora do Eixo Representando o Brasil no Mundo”, com o premiado diretor mineiro Gabriel Martins, autor de “Marte Um”, no Museu da República.
Organizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, em parceria com a organização da sociedade civil Amigos do Futuro, o 56º Festival de Brasília abriu sua edição de 2023 com um show do grupo percussivo exclusivamente feminino, Batalá. Com coreografias e ao som de tambores potentes, arrancou vigorosos aplausos da plateia.
Logo em seguida, o público do festival conheceu os apresentadores da noite: o ator Rocco Pitanga e a atriz Gabriela Corrêa. Além de introduzir o resumo da programação dos próximos dias, Rocco e Gabriela anunciaram as homenagens in memorian ao ex-projecionista do Cine Brasília, Elmar Umberto “Beto” Techmeier, e ao premiado cineasta e fotógrafo André Luís da Cunha.
Para homenagear com o Prêmio ABCV a professora, artista plástica, documentarista e pioneira de Brasília Maria Coeli, foram convidados ao palco Rafael Andrade e Denise Moraes, representantes da Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo (ABCV), outorgadora da distinção.
Agraciada com a Medalha Paulo Emílio Salles Gomes de 2023 por sua atuação na pesquisa, no ensino e na preservação da memória do cinema brasileiro, a cineasta e professora aposentada da Universidade de Brasília (UnB) Dácia Ibiapina discursou sobre o pioneirismo de Paulo Emílio e fez um apelo por um local adequado para o acervo de Vladimir Carvalho.
Mais tarde, a secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura, Joelma Gonzaga; e o secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Claudio Abrantes, fizeram coro a Dácia e a Anna, reforçando o compromisso tanto em acolher o acervo de Vladimir Carvalho como com os avanços das políticas do audiovisual.
“Os festivais são importantes para nós”, disse Joelma. “Vamos lançar um programa para eles no próximo quadrimestre”, anunciou. Abrantes foi além e assegurou a força especialmente do Festival de Brasília: “Este festival não tombou nem para a ditadura. Não vai tombar para nada. Foi uma questão de honra nossa fazer com que esta edição acontecesse”.
O discurso mais emocionante da noite, contudo, foi o do grande homenageado do 56º Festival de Brasília, premiado com o Troféu Candango pelo Conjunto da Obra. Gabriela Corrêa anunciou a extensa biografia do ex-alfaiate, cuja trajetória se confunde com a história do audiovisual desde o Cinema Novo, enquanto Rocco recebeu no palco seu pai, Antonio Pitanga. “Sou um homem de cinema. E essa cidadania conquistada através do cinema me faz agradecer aos profissionais do cinema de todas as áreas, que foram e que são minha família”, agradeceu. Como dizia Nelson Sargento, se há de se fazer homenagem a mim, que se faça em vida. E vocês o fizeram”, discursou Pitanga com seu notório vigor.
Surpresa da noite, a atriz e escritora Elisa Lucinda subiu ao palco para completar o tributo, ao ler versos de uma poesia que escreveu para Antonio Pitanga. O público, fervoroso, ovacionou mais uma vez o homenageado. Com a exibição inédita no Brasil de “Ninguém Sai Vivo Daqui”, representado no palco por André Ristum e parte da equipe do filme, o 56º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro declarou aberta a edição.
Foto crédito Paulo Cavera